Cem edições para comemorar uma resistência clubber e também celebrar a nossa existência sim, a afirmativa do coletivo Revolta da Lâmpada nos cabe muito bem, pois o fervo também é luta. E a gente tem lutado, buscado a cada edição se posicionar como um movimento que visa acesso à saúde pública para todes e conscientização do uso de aditivos sem tabus e com responsabilidade. Não temos o que esconder, temos algo para debater, falar e dar. A dando* começou na encruzilhada da cena eletrônica com a putaria, queríamos que as pessoas pudessem se conectar com a sua própria liberdade, após anos de estigma da AIDS no mundo, então nosso papel sempre veio imbuído da política. “Liberdade não é libertinagem” essa máxima é ouvida e nós entendemos que produzir uma festa com sexualidade livre, é também apontar os cuidados que devemos ter, afinal, queremos viver e não morrer. Abandonamos o calendário gregoriano para contar quantos encontros tivemos e nos fortalecemos, já fomos um, somos cem, chegaremos a mil, somos uma multidão. Nossa festa se faz de pessoas múltiplas, olhamos para quem faz história na noite e quem está começando, queremos um ambiente que provoque, seja através da performance, da música ou até mesmo do nosso staff, juntes somos fortes. Festança de cem edições olhando para quem esteve conosco, pois a gente quer contar a nossa própria história. E assim estamos fazendo, frente a uma sociedade conservadora que insiste em manter seus hábitos ocultos, nós revelamos uma verdade dita por Jesus “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.